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  Luna
          silvestre. México, Fabula,
          1933.
 No pasarán! México, Simbad,
          1936
 Raíz del hombre. México, Simbad,
          1937.
 Bajo tu clara sombra y
          otros poemas sobre España. Valencia, Ediciones
 Españolas, 1937.
 Entre la piedra y la
          flor. México, Nueva Voz,
          1941.
 A la orilla del
          mundo. México, ARS, 1942.
 Libertad bajo palabra. México, Fondo de
          Cultura Económica, 1949.
 Semillas para un himno. México, Fondo de
          Cultura Económica, 1954.
 Piedra de sol. México, Fondo de
          Cultura Económica, 1957.
 La estación
          violenta. México, Fondo de
          Cultura Económica, 1958.
 Salamandra
          (1958-1961). México, Joaquín
          Mortiz, 1962.
 Viento entero. Delhi, The Caxton
          Press, 1965.
 Blanco. México, Joaquin
          Mortiz, 1967.
 Discos visuales. México, Ediciones
          ERA, 1968 (Arte de Vicente Rojo).
 Ladera Este
          (1962-1968). México, Joaquín
          Mortiz, 1969.
 La centena (1935-1968).
          Barcelona, Barral,
          1969. Topoemas, México, Ediciones
          ERA, 1971.
 Renga. México, Joaquín
          Mortiz, 1972.
 Poema colectivo con Jacques Roubaud, Edoardo Sanguinetti y Charles
          Tomlinson.
 Pasado en claro. México, Fondo de
          Cultura Económica, 1975.
 Vuelta. Barcelona, Seix
          Barral, 1976.
 Hijos del aire/Airborn. Con Charles Tomlinson.
 México, Martín
          Pescador, 1979.
 Poemas
          (1935-1975). Barcelona, Seix
          Barral, 1979.
 Prueba del nueve. México, Círculo
          de Lectores,1985.
 Árbol adentro
          (1976-1987). Barcelona,
          Seix Barral, 1987. Lo mejor de Octavio
          Paz. El fuego de cada día.
 Selección, prólogo y notas del autor. Barcelona,
          Seix Barral, 1989.
 
 
 Águila o sol? México, Fondo de Cultura Económica, 1951.
 El mono gramático.Barcelona, Seix Barral, 1974.
 
 "La hija de
        Rappaccini". México, en la
 Revista Mexicana
 de Literatura, 7, septiembre-octubre 1956,
 y en Poemas, 1979.
 
 El laberinto de la
        soledad. México, Cuadernos Americanos, 1950. Segunda edición, Fondo de Cultura
        Económica, 1959.
 El arco y la lira. México, Fondo de Cultura Económica, 1956.
 Las peras del olmo. México, UNAM, 1957.
 Cuadrivio. México, Joaquín Mortiz, 1965.
 Los signos en rotación. Buenos Aires, Sur, 1965.
 Puertas al campo. México, UNAM, 1966.
 Claude Lévi-Strauss o el nuevo festín de Esopo.
 México, Joaquín Mortiz, 1967.
 Corriente alterna. México, Siglo XXI, 1967.
 Marcel Duchamp o el castillo de la pureza.
 México, Ediciones ERA 1968.
 Incluido después en Apariencia desnuda; la obra de Marcel Duchamp.
        México,
 Ediciones ERA 1973.
 Conjunciones y
        disyunciones.México, Joaquín Mortiz, 1969.
 México: la última
        década. Austin, Institute of Latin American Studies, University of Texas, 1969.
 Posdata. México, Siglo XXI, 1970.
 Las cosas en su sitio:
        sobre la literatura española del siglo xx. Con Juan Marichal. México, Finisterre, 1971.
 Los signos en rotación y
        otros ensayos. Introducción y edición de Carlos Fuentes.
 Madrid, Alianza Editorial, 1971.
 Traducción: literatura y literalidad.
 Barcelona, Tusquets Editores, 1971.
 El signo y el garabato. México, Joaquín Mortiz, 1973.
 
        Solo a dos voces. Con Julián Rios.
 Barcelona, Lumen, 1973.
 
        Teatro de signos/Transparencias.  Edición de Julián Rios. Madrid,
        Fundamentos, 1974. 
        La búsqueda del comienzo.  Madrid, Fundamentos, 1974. 
        Los hijos del limo: del romanticismo a la vanguardia.  Barcelona Seix
        Barral, 1974 
        Xavier Villaurrutia en persona y en obra.
 México, Fondo de Cultura
        Económica 1978.
 
        El ogro filantropico: historia y politica (1971-1978).
 México, Joaquin
        Mortiz, i979.
 In/mediaciones. Barcelona, Seix Barral, 1979.
 
        México en la obra de Octavio Paz. Editado y con una introducción de
        Luis Mario Schneider.
 México, Promociones
 Editoriales Mexicanas, 1979.
 
        Sor Juana Inés de la Cruz o las trampas de la fe.
 México, Fondo de
        Cultura Económica 1982, y Barcelona, Seix Barral, 1982.
 
        Tiempo nublado. Barcelona, Seix Barral, 1983.
 
        Sombras de obras. Barcelona, Seix Barral, 1983.
 
        Hombres en su siglo y otros ensayos.
 Barcelona, Seix Barral, 1984.
 
        Pasión crítica: conversaciones con Octavio Paz.  Edición de Hugo J.
        Verani. Barcelona Seix Barral, 1985.
 
        Primeras páginas. Edición e introducción
 de Enrico Mario Santí.
 Barcelona, Seix Barral, 1988, y México, Vuelta, 1988.
 
        Poesía, mito, revolución. Precedido por los discursos de Francois
        Mitterrand, Alain Peyrefitte, Pierre Godefroy.
 Premio Alexis de
        Tocqueville. México, Vuelta, 1989
 
        La otra vez. Poesía y fin de siglo.
 Barcelona, Seix Barral, 1990.
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 "não nascemos livres: a
      liberdade é uma conquista - e mais: uma invenção."
 § "a palavra é a amante e
      o amigo do poeta, seu pai e sua mãe, seu deus e seu diabo, seu martelo e
      sua almofada. Também é seu inimigo: seu espelho". § "Cada poema é único.
      Em cada obra lateja, com maior ou menor intensidade, toda a poesia.
      Portanto, a leitura de um só poema nos revelará, com maior  certeza
      do que qualquer investigação histórica ou filológica, o que é a
      poesia ". § "A palavra é o próprio
      homem. Somos feitos de palavras. Elas são nossa única realidade ou, pelo
      menos, o único testemunho de nossa realidade".   
   |  | O RIO (Fragmento)  A metade do poema
  sobressalta-me sempre um grande desamparo,      tudo me
  abandona,não há nada a meu lado, nem sequer esses olhos que por detrás
 contemplam o que escrevo,
 não há atrás nem adiante, a pena se rebela, não há começo nem
 fim, tampouco muro que saltar,
 é uma esplanada deserta o poema, o dito não está dito, o não dito
 é indizível,
 torres, terraços devastados, babil8nias, um mar de sal negro, um
 reino cego,
 Não,
 deter-me, calar, fechar os olhos até que brote de minhas pálpebras
 uma espiga, um repuxo de sóis,
 e o alfabeto ondule longamente sob o vento do sonho e a maré suba
 em onda e a onda rompa o dique,
 esperar até que o papel se cubra de astros e seja o poema um
 bosque de palavras enlaçadas,
 Não, não tenho nada a dizer; ninguém tem nada a dizer, nada nem
 ninguém exceto o sangue,
 nada senão este ir e vir do sangue, este escrever sobre o já escrito
 e repetir a mesma palavra na metade do poema,
 sílabas de tempo, letras rotas, gotas de tinta, sangue que vai e vem
 e não diz nada e me leva consigo.
 (Trad. Haroldo de 
    Campos)
 ARCOS                                  A Silvina
  Ocampo
 
 Quem canta nas ourelas do papel?De bruços, inclinado sobre o rio
 de imagens, me vejo, lento e só,
 ao longe de mim mesmo: 6 letras puras,
 constelação de signos, incisões.
 na carne do tempo, ó escritura,
 risca na água!
                     
Vou entre verdoresenlaçados, adentro transparências,
 entre ilhas avanço pelo rio,
 pelo rio feliz que se desliza
 e não transcorre, liso pensamento.
 Me afasto de mim mesmo, me detenho
 sem deter-me nessa margem, sigo
 rio abaixo, entre arcos de enlaçadas
 imagens, o rio pensativo.
 Sigo, me espero além, vou-me ao
encontro,rio feliz que enlaça e desenlaça
 um momento de sol entre dois olmos,
 sobre a polida pedra se demora
 e se desprende de si mesmo e segue,
 rio abaixo, ao encontro de si mesmo.
 1947 (Trad. Haroldo 
          de Campos)   DESTINO DO POETA Palavras? Sim. De are perdidas no ar.
 Deixa que eu me perca entre palavras,
 deixa que eu seja o ar entre esses lábios,
 um sopro erramundo sem contornos,
 breve aroma que no ar se desvanece.
 Também a luz em si mesma se perde.
 (Trad. Haroldo 
          de Campos) 
 ESCRITO COM TINTA
VERDE
 A tinta verde cria jardins,
selvas, prados,folhagens onde gorjeiam letras,
 palavras que são árvores,
 frases de verdes constelações.
 Deixa que minhas palavras, ó
branca, desçam e te cubramcomo uma chuva de folhas a um campo de neve,
 como a hera à estátua,
 como a tinta a esta página.
 Braços, cintura, colo, seios,fronte pura como o mar,
 nuca de bosque no outono,
 dentes que mordem um talo de grama.
 Teu corpo se constela de signos
verdes,renovos num corpo de árvore.
 Não te importe tanta miúda cicatriz luminosa:
 olha o céu e sua verde tatuagem de estrelas.
 (Trad. Haroldo 
          de Campos)  
 IRMANDADE Sou homem: duro poucoe é enorme a noite.
 Mas olho para cima:
 as estrelas escrevem.
 Sem entender compreendo:
 Também sou escritura
 e neste mesmo instante
 alguém me soletra.
 
 (Trad. Antônio 
          Moura) 
 VENTO, ÁGUA, PEDRA A água perfura a pedra,o vento dispersa a água,
 a pedra detém ao vento.
 Água, vento, pedra.
 O vento esculpe a pedra,a pedra é taça da água,
 a água escapa e é vento.
 Pedra, vento, água.
 O vento em seus giros canta,a água ao andar murmura,
 a pedra imóvel se cala.
 Vento, água, pedra.
 Um é outro e é nenhum:entre seus nomes vazios
 passam e se desvanecem.
 Água, pedra, vento.
 
 (Trad. Antônio 
          Moura) 
 Conversar
 Em um poema leio:Conversar é divino.
 Mas os deuses não falam:
 fazem, desfazem mundos
 enquanto os homens falam.
 Os deuses, sem palavras,
 jogam jogos terríveis.
 O espírito baixae desata as línguas
 mas não diz palavra:
 diz luz. A linguagem
 pelo deus acesa,
 é uma profecia
 de chamas e um desplume
 de sílabas queimadas:
 cinza sem sentido.
 A palavra do homemé filha da morte.
 Falamos porque somos
 mortais: as palavras
 não são signos, são anos.
 Ao dizer o que dizem
 os nomes que dizemos
 dizem tempo: nos dizem,
 somos nomes do tempo.
 Conversar é humano.
 (Trad. Antônio 
          Moura)   Antes
do começo Ruídos confusos, claridade
incerta.Outro dia começa.
 Um quarto em penumbra
 e dois corpos estendidos.
 Em minha fronte me perco
 numa planície vazia.
 E as horas afiam suas navalhas.
 Mas a meu lado tu respiras;
 íntima e longínqua
 fluis e não te moves.
 Inacessível se te penso,
 com os olhos te apalpo,
 te vejo com as mãos.
 Os sonhos nos separam
 e o sangue nos reúne:
 Somos um rio que pulsa.
 Sob tuas pálpebras amadurece
 a semente do sol.
 O mundo
 No entanto, não é real,
 o tempo duvida:
 Só uma coisa é certa,
 o calor da tua pele.
 Em tua respiração escuto
 as marés do ser,
 a sílaba esquecida do Começo.
 (Trad. Antônio 
          Moura)   Um
despertar Estava emparedado dentro de um
sonho,Seus muros não tinham consistência
 Nem peso: seu vazio era seu peso.
 Os muros eram horas e as horas
 Fixo e acumulado pesar.
 O tempo dessas horas não era tempo.
 Saltei por uma fenda: às quatroDeste mundo. O quarto era meu quarto
 E em cada coisa estava meu fantasma.
 Eu não estava. Olhei pela janela:
 Sob a luz elétrica nem uma viva alma.
 Reflexos na vela, neve suja,
 Casas e carros adormecidos, a insônia
 De uma lâmpada, o carvalho que fala solitário,
 O vento e suas navalhas, a escritura
 Das constelações, ilegíveis.
 Em si mesmas as coisas se
abismavamE meus olhos de carne as viam
 Oprimidas de estar, realidades
 Despojadas de seus nomes. Meus dois olhos
 Eram almas penadas pelo mundo.
 Na rua vazia a presença
 Passava sem passar, desvanecida
 Em suas formas, fixa em suas mudanças,
 E em volta casas, carvalhos, neve, tempo.
 Vida e morte fluíam confundidas.
 Olhar desabitado, a presençaCom os olhos de nada me fitava:
 Véu de reflexos sobre precipícios.
 Olhei para dentro: o quarto era meu quarto
 E eu não estava. A ele nada falta
 - sempre fiel a si, jamais o mesmo
-
 ainda que nós já não estejamos... Fora
 contudo indecisas, claridades:
 a Alba entre confusos telhados.
 E as constelações que se apagavam.
 (Trad. Antônio 
          Moura)   Árvore
adentro Cresceu em minha fronte uma
árvore.Cresceu para dentro.
 Suas raízes são veias,
 nervos suas ramas,
 Sua confusa folhagem pensamentos.
 Teus olhares a acendem
 e seus frutos de sombras
 são laranjas de sangue,
 são granadas de luz.
 Amanhece
 na noite do corpo.
 Ali dentro, em minha fronte,
 a árvore fala.
 Aproxima-te. Ouves?
 (Trad. Antônio 
          Moura)
  
 Entre
partir e ficar Entre partir e ficar hesita o
dia,enamorado de sua transparência.
 A tarde circular é uma baía:em seu quieto vai e vem se move o mundo.
 Tudo é visível e tudo é
ilusório,tudo está perto e tudo é intocável.
 Os papéis, o livro, o vaso, o
lápisrepousam à sombra de seus nomes.
 Pulsar do tempo que em minha
têmpora repetea mesma e insistente sílaba de sangue.
 A luz faz do muro indiferenteUm espectral teatro de reflexos.
 No centro de um olho me descubro;Não me vê, não me vejo em seu olhar.
 Dissipa-se o instante. Sem
mover-me,eu permaneço e parto: sou uma pausa
 (Trad. Antônio 
          Moura)  
 EpitÁfio
sobre nenhuma pedra Mixcoac foi meu povoado: três
sílabas noturnas,um véu de sombra sobre um rosto solar.
 Vinho Nossa Senhora, a Empoeirada Mãe.
 Vinho que foi comido. Eu andava pelo mundo.
 Minha casa foram minhas palavras, minha casa o ar.
 (Trad. Antônio 
          Moura)  
 Isto
e isto e isto O surrealismo tem sido a maçã
de fogo na árvore da sintaxeO surrealismo tem sido a camélia de cinza entre os peitos da adolescente
possuída pelo espectro de Orestes
 O surrealismo tem sido o prato de lentilhas que o olhar do filho pródigo
transforma em festim fumegante de rei canibal
 O surrealismo tem sido o bálsamo de Ferrabrás que apaga os sinais do pecado
original e o umbigo da linguagem
 O surrealismo tem sido a cusparada na hóstia e o cravo de dinamite no
confessionário e o abre-te sésamo das caixas de segurança e das grades dos
manicômios
 O surrealismo tem sido a chama ébria que guia os passos do sonâmbulo que
caminha na ponta dos pés sobre o fio de sombra que traça a folha da guilhotina
no pescoço dos justiçados
 O surrealismo tem sido o prego ardente na fronte do geômetra e o vento forte
que à meia-noite levanta o lençol das virgens
 O surrealismo tem sido o pão selvagem que paralisa o ventre da Companhia de
Jesus até que a obriga a vomitar todos os seus gatos e seus diabos encarcerados
 O surrealismo tem sido o punhado de sal que dissolve as velhas moedinhas do
realismo socialista
 O surrealismo tem sido a coroa de papelão do crítico sem cabeça e a víbora
que desliza entre as pernas da mulher do crítico
 O surrealismo tem sido a lepra do ocidente cristão e o açoite de nove cordas
que desenha o caminho de saída para outras terras e outras línguas e outras
almas sobre o lombo do nacionalismo embrutecido e embrutecedor
 O surrealismo tem sido o discurso da criança soterrada em cada homem e a
aspersão de sílabas de leite de leoas sobre os ossos calcinados de Giordano
Bruno
 O surrealismo tem sido as botas de sete léguas dos foragidos das prisões da
razão dialética e a tocha de Pulgarcito que corta os nós da trepadeira
venenosa que cobre os muros das revoluções petrificadas do século XX
 O surrealismo tem sido isto e isto e isto
 (Trad. Antônio 
          Moura)  
 FRENTE AO MAR
             
1
 Chove no mar.Ao mar o que é do mar
 e que as herdades sequem.
             
2
 A onda não tem forma?Num instante se esculpe,
 no outro se desmorona
 à que emerge, redonda.
 Seu movimento é forma.
             
3
 As ondas se retiram- ancas, espáduas, nucas -
 logo voltam as ondas
 -peitos, bocas, espumas.
             
4
 Morre de sede o mar.Se retorce, sozinho,
 em sua cama de rochas.
 Morre de sede de ar.
 (Trad. Haroldo 
          de Campos) 
 de SEMENTES PARA UM HINO (1950-1954)
 O dia abre sua mãoTrês nuvens
 E estas poucas palavras
                                    
PEDRA NATIVA(Fragmento)
 Como as pedras do PrincípioComo o princípio da Pedra
 Como no Princípio pedra contra pedra
 Os fastos da noite:
 O poema ainda sem rosto
 O bosque ainda sem árvores
 Os cantos ainda sem nome
 Mas a luz irrompe com passos de leopardoE a palavra se levanta ondula cai
 E é uma extensa ferida e puro silêncio sem mácula
 
 (Trad. Haroldo 
          de Campos)       |